domingo, 31 de agosto de 2008

Beeshop.


* Ao Final de Tudo

* Eu não volto mais pra casa

Não há ninguém a me esperar

Eu não vou ver o sol nascer

Pois fechei minhas janelas

Para a luz não mais entrar

* Eu não conto mais histórias

Quero memórias pra guardar

Eu não quero dividir

Com mais ninguém minha tristeza

Eu penso em parar de cantar

* Mas vou lutar

Continuar, apesar de você

Eu vou lutar

E, ao final de tudo, a gente vai ver


* A chuva encobre o som das vozes

E o silêncio não traz paz

Pois quando eu tento adormecer

Me vêm a mente as nossas fotos

Que, há tempo, prometi queimar


* Eu toco as notas mais sombrias

É como se eu cortasse o ar

Para chegar até você

Pra que, aonde quer que esteja

Você possa me escutar


* Mas vou lutar

Continuar, apesar de você

Eu vou lugar

E, ao final de tudo, a gente vai ver

Aonde isso tudo vai dar.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

[ 29 de agosto de 2008 ]


Caso você queira posso passar seu terno, aquele que você não usa por estar amarrotado.
Costuro as suas meias para o longo inverno...
Use capa de chuva, não quero ter você molhado.
Se de noite fizer aquele tão esperado frio poderei cobrir-lhe com o meu corpo inteiro.
E verás como minha a minha pele de algodão macio, agora quente, será fresca quando janeiro.
Nos meses de outono eu varro a sua varanda, para deitarmos debaixo de todos os planetas.
O meu cheiro te acolherá com toques de lavanda - Em mim há outras mulheres e algumas ninfetas - Depois levarei para ti margaridas da primavera e aí no meu corpo somente você e leves vestidos, para serem tirados pelo total desejo de quimera.
Os meus desejos irei ver nos teus olhos refletidos.
Mas quando for a hora de me calar e ir embora sei que, sofrendo, deixarei você longe de mim.
Não me envergonharia de pedir ao seu amor esmola, mas não quero que o meu verão resseque o seu jardim.
(Nem vou deixar - mesmo querendo - nehuma fotografia.
Só o frio, os planetas, as ninfetas e toda a minha poesia)

Texto de Fernando Young *